domingo, 7 de agosto de 2011

Flicks de Férias e a estréia do Psiconema

  
Bem, último post das férias dedicado à minha amiguinha Bruna do blog Psiconema, que se propõe a discutir o cinema e a estética da sétima arte como espaço de reflexão psicológica. O Psiconema nasceu já na última semana de aulas do semestre, com posts maravilhosos sobre filmes que abordam distúrbios psicológicos e temas bem espinhosos como suicídio infantil (o tocante documentário "Boy Interrupted", dirigido por Dona Perry para a HBO) e vida manicomial ("A Casa dos Mortos", documentário da antropóloga e documentarista brasileira Debora Diniz). Apesar dos temas difíceis, o texto da Bruna é leve e nos faz querer assistir aos filmes, além do nos "obrigar" a refletir sobre essas situações. Passa lá pra conferir, vale a pena!

Já aguardando as novas aventuras do Psiconema e a segunda edição do nosso projeto de cinema na universidade, uma sugestão: Bruna, quando vamos ver o novo Lars Von Trier (your favorite!) que estréia hj nos cinemas ("Melancolia", 2010)?? Tô louca pra ver, deve ser interessante.

Cenas de "Midnight in Paris", by Woody Allen
 Resolvi postar sobre alguns filmes que vi nessas férias e que além de me proporcionarem bons momentos de diversão, trouxeram alguma reflexão, o lindo e onírico "Meia Noite em Paris", de Woody Allen (em sua melhor forma!!) e o oscarizado "O Discurso do Rei", de Tom Hopper, que eu ainda não tinha assistido. Mas não esperem grandes reflexões psicológicas a respeito dos temas tratados, porque essa é a praia da Bruna! Só vou dar a minha opinião de espectadora mesmo, sem intenção de fazer crítica cinematográfica...

"Meia Noite em Paris", o último filme do genial Woody Allen, tem sido aclamado pela crítica especializada como o melhor filme desse diretor nos últimos tempos, trazendo de volta a temática, a nostalgia e o clima de sonho de grandes sucessos do autor como "A Rosa Púrpura do Cairo" e "Neblina e Sombras", além de ser uma "continuação" da série dedicada a grandes cidades iniciada com "Vicky Cristina Barcelona", de 2008.

O filme conta a história de Gil (Owen Wilson), o evidente "alter ego" do diretor, um jovem escritor americano insatisfeito com sua vida de roteirista em Hollywood, que tem um fascínio por Paris, principalmente a Paris dos anos 20. Ele vai à França com sua noiva tipicamente americana (a chatinha mas linda Rachel MacAdams) e lá vive uma aventura inusitada e fascinante. O filme aborda, entre outros temas, a insatisfação amorosa, a frustração e a fuga a um universo de fantasia e sonho como alternativa para lidar com a realidade. Tudo isso com belíssimas imagens da Cidade Luz, que nos dão vontade de pegar o primeiro avião para a França! E uma trilha sonora impecável, com direito a clássicos de Cole Porter (quem o personagem encontra em Paris!) e a deliciosa "Let's do It (Let's Fall in Love). Saí do cinema com essa música na minha cabeça, e me acompanhou por vários dias!! Ah, e tem ainda a cereja do bolo, a participação especial da primeira dama francesa, a lindíssima Carla Bruni, como uma guia de museu. O filme é um passeio pela cultura (literatura, pintura, música) dos anos 20, com direito a uma caricatura hilária de Salvador Dalí e uma "palhinha" de grandes artistas como Hemingway, Gertrude Stein, Scott Fitzgerald, Picasso, Monet e outros, de um lirismo e beleza incomparáveis... Recomendo! Para ler uma crítica especializada, clica aqui e aqui.

Cartaz de lançamento de "O Discurso do Rei"
"O Discurso do Rei", filme inglês de 2010 que levou o Oscar de melhor filme do ano, entre outros, é um filme mais "sério", mas muito interessante, que aborda a relação entre paciente e terapeuta (transferência) ao contar a história real do encontro do futuro rei da Inglaterra, GeorgeVI (no início do filme apenas Bertie, o Duque de York) e seu terapeuta Lionel Logue (interpretado brilhantemente por Geoffrey Rush). Desde os 4 anos, George (Colin Firth) é gago. Este é um sério problema para um integrante da realiza britânica, que frequentemente precisa fazer discursos. George procurou diversos médicos, mas nenhum deles trouxe resultados eficazes. Quando sua esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter), o leva até Lionel Logue (Geoffrey Rush), um terapeuta de fala de método pouco convencional, George está desesperançoso. Lionel se coloca de igual para igual com George e atua também como seu psicólogo, de forma a tornar-se seu amigo. Seus exercícios e métodos fazem com que George adquira autoconfiança para cumprir o maior de seus desafios: assumir a coroa, após a abdicação de seu irmão David (Guy Pearce). A relação entre  o futuro rei e seu terapeuta passa por várias etapas, permeada por desconfiança e rancor até se transformar em uma verdadeira relação terapeuta-paciente, e, posteriormente, em uma linda amizade. O filme tem fotografia e direção de arte luxuosas, cenários autênticos (foi parcialmente filmado dentro do Palácio de Bukingham) e figurinos maravilhosos. E eu, particularmente, adoro Colin Firth!  A  revista "Mente e Cérebro" de Maio de 2011, número 220, traz uma resenha muito interessante da Dra. Maria Inês Tassinari, doutora em psicologia, psicanalista e fonoaudióloga, sobre o filme e a relação terapeuta-paciente, que transcreverei em parte em outro post.

 Além desses filmes, também assisti durante as férias "Hereafter" - Além da Vida, em português - de Clint Eastwood (o eterno Lone Ranger, adoooooro!), sobre luto e a vida após a morte, muito legal, (clica no link para ver o trailer)  e o belíssimo (mas bem devagar!) "A Single Man" - Direito de Amar -  incursão do brilhante estilista que reinventou a Gucci pela sétima arte. Com um irreconhecível Colin Firth  no papel de um enrustido professor de Inglês que, após a morte de seu parceiro de longos anos, não consegue ver sentido para a sua vidinha bem american way of life no início dos anos 60, o filme tem direção de arte caprichosa, figurinos lindíssimos (como não poderia deixar de ser!), e uma pegada bem retrô que me agradou bastante. Sem falar na diva Julianne Moore no papel da amiga/eterna apaixonada do protagonista, belíssima! Quase morri de desejo pelo vestido maravilhoso que ela usa na cena do jantar!!! Muito perfeito, com um final meio sem graça, devo admitir...



Julianne Moore elegantemente vestindo Tom Ford em "A Single Man", maravilhosaaaaaaa!!!

Bem, that's all, folks. Vi outros filmes durante essas férias, mas nada que merecesse um post, ficam então as diks para os que curtem um bom cinema, que emociona e faz pensar, NOT your regular hollywood blockbuster. Beijo, bye!!




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