quinta-feira, 7 de junho de 2012

Fiat Voluntas Tua II - one year after



Hoje está fazendo um ano da morte de me pai, um ano que ele fez a sua passagem e que eu vivi o meu dia mais negro.
Mas como tudo na vida, a dor da perda passa, e fica só a saudade, doída. O processo do luto é longo e doloroso, é muito difícil dizer quando termina... 
Sinto saudades todas as semanas, mas agora é tudo mais calmo e a memória dos bons momentos se sobrepõe à tristeza, pois aprendi a acreditar que tudo acontece na hora certa, que tudo é perfeito, seguindo uma ordem qualquer do universo que eu não sei bem qual é, e nem me cabe entender.
Pensar no rio do Heráclito e no fluxo constante dos acontecimentos me consola, e como bom apreciador de filosofa que meu pai era, tenho certeza que é ele que me inspira nesses momentos.
Fica então a homenagem, como ele gostava, com poesia, música e alegria, dando sempre gracias a la vida por ter me dado tanto, um pai maravilhoso, que me deu essa existência plena e linda... Honrando sempre a memória, seu legado e a certeza das minhas raízes, de tudo que foi plantado e deu belos frutos, todos os ensinamentos e todo o amor...
Pai, obrigada por tudo!




Raízes

Quem um dia teve a graça
De lá nas Missões ouvir
No violão o Pedro Ortaça
retoçando um vanerão,
e o gran Gilberto Monteiro
clarineando a gaita-ponto
em despontes de milonga
fúrias xucras de ginetes
cavalos estraçalhados
na explosão dos entreveros
que caldearam as Missões,
por dentro há de sentir
que o passado
vivo vibra
qual porvir enraizado
'no subsolo da gente'
como entoava o payador
Don Jayme Caetano Braun

Wilmar Taborda, "Sob as Missões e Outros Céus", 2008.






Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio dos luceros que cuando los abro
perfecto distingo lo negro del blanco
y en el alto cielo su fondo estrellado
y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
me ha dado el oido que en todo su ancho
graba noche y dia grillos y canarios
martillos, turbinas, ladridos, chubascos
y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado el sonido y el abedecedario
con él las palabras que pienso y declaro
madre amigo hermano y luz alumbrando,
la ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la marcha de mis pies cansados
con ellos anduve ciudades y charcos,
playas y desiertos montañas y llanos
y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano,
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la risa y me ha dado el llanto,
así yo distingo dicha de quebranto
los dos materiales que forman mi canto
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos que es mi propio canto.


Um comentário:

  1. Que linda a sua homenagem Lara!

    Me identifiquei muito com os seus sentimentos, a saudade sempre nos faz companhia, com o tempo vai ficando mais fácil, fez 3 anos que meu pai faleceu esse ano, e hoje sem dúvida é mais fácil lidar e falar sobre os meus sentimentos.

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