domingo, 27 de maio de 2012

Gestalt - A Psicologia da Forma

 
Já falamos em Gestalt em posts anteriores, mas estávamos nos referindo à Gestal Terapia, uma aplicação clínica de um método investigativo do sujeito, de cunho fenomenológico-existencialista, que vê a pessoa como um todo indivisível. A Gestalt do título aí de cima é, na verdade, a base filosófica da terapia, e é importante estabelecer esta diferença.

Na verdade, para o entendimento do que é Gestalt Terapia e Gestaltismo, é fundamental, necessário esclarecer que a Psicologia da Getalt apresenta-se como uma ruptura à Psicologia Experimental e com a Psicanálise, conforme entendidas no século XIX e início do século XX.

Márcia Moraes, em seu artigo "Considerações sobre o gestaltismo: entre ciência e filosofia", nos diz que 

"ao afirmar a perspectiva do sujeito ingênuo como seu ponto de partida, o Gestaltismo traça um corte com relação à orientação clássica em psicologia. Em vez de partir de um universo físico preconcebido, a Psicologia da Gestalt parte das vivências do leigo."

Então, a Psicologia da Gestalt ou Gestaltismo, por oposição à orientação clássica em psicologia, caracteriza-se por promover um integração entre ciência e experiência.

Koffka
O gestaltismo é originário de um movimento de origem alemã, mas que acabou por se desenvolver também na América do norte. A palavra GESTALT é de origem alemã, e não se consegue uma tradução exata para o português, mas o significado mais próximo é de forma, estrutura, todo. Os principais teóricos são da Gestalt são Max Wertheimer (1880-1943), Kurt Kofka 91886-1941) Wolfgang Khöller 91887-1964) e Kurt Lewin (1890-1947).

Seu nascimento foi, na verdade, uma tentativa de oposição a outras correntes psicológicas da época, particularmente ao estruturalismo e ao behaviorismo, por julgarem os gestaltistas que estas duas correntes subestimavam o indivíduo como ser preponderante e atuante, e o colocavam num papel de “registrador” de estímulos do ambiente.

Os gestaltistas também não concordavam com a decomposição do todo em elementos simples que os estruturalistas propunham aos fenômenos mentais, nem com as simples unidades de estímulo-resposta (S-R) propostas pelos behavioristas. Entendiam que tanto uma coisa quanto a outra destituía o sentido do fenômeno estudado.

Para a psicologia da Gestalt o todo é sempre maior que a soma de suas partes, e a tentativa de estudar o todo pelas partes sempre acabará num resultado frustrado que não representaria a verdade. Seria o equivalente a uma melodia, que no todo tem um significado próprio, mas que se decomposta em pequenos grupos de notas ou instrumentos, perderia a estrutura final por onde a música poderia ser identificada.

 A percepção humana foi o tópico de longe mais estudado pelos gestaltistas, sempre de forma rigorosamente experimental. Inaugura-se o mundo percebido como um espaço legítimo de conhecimento.

A novidade espistemológica do gestaltismo reside nesta nova relação entre ciência e vida - e note-se que vida, neste caso, tem o mesmo sentido que vivência: "Esta combinação do laboratório da vida é, obviamente, um dos objetivos característicos da Teoria da Gestalt" (Gibson, 1971, p.2)

Este compromisso gestaltista é explicitado por Koffka (1975) ao afirmar que
 "Cabe à psicologia apontar o caminho em que a ciência e a vida hão de se encontrar."
O próprio sentido da palavra Gestalt, intraduzível para o nosso idioma, expressa o caráter interno, direto, da organização do real e do percebido. Temos que gestalt pode ser entendido como forma, feitio, atibuto de coisas, mas também como uma unidade concreta per se. Então, para a Psicologia da Forma, as representações são, de saída, organizadas e significativas e se apresentam na perspectiva do leigo apenas deste modo.

As pesquisas sobre a percepção, principalmente a visão, levaram a uma doutrina filosófica. Esta doutrina traz em si a concepção de que não se pode conhecer o todo através das partes, e sim as partes por meio do conjunto. Este tem suas próprias leis, que coordenam seus elementos. Só assim o cérebro percebe, interpreta e incorpora uma imagem ou uma idéia. Segundo o psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels, que em 1890 lançou as sementes das futuras pesquisas sobre a Psicologia da Gestalt, há duas características da forma – as sensíveis, inerentes ao objeto, e a formais, que incluem as nossas impressões sobre a matéria, que se impregna de nossos ideais e de nossas visões de mundo. A união destas sensações gera a percepção. É muito importante nesta teoria a idéia de que o conjunto é mais que a soma dos seus elementos; assim deve-se imaginar que um terceiro fator é gerado

Leis da Gestalt
Leis da Gestalt

A Gestalt propõe uma série de leis que organizam a percepção, conhecidas como Leis da Boa Forma. Podem ser resumidas da seguinte forma:

  
- Semelhança: Objetos semelhantes tendem a permanecer juntos, seja nas cores, nas texturas ou nas impressões de massa destes elementos. Esta característica pode ser usada como fator de harmonia ou de desarmonia visual.







- Proximidade: Partes mais próximas umas das outras,em um certo local, inclinam-se a ser vistas como um grupo.



- Continuidade: Alinhamento harmônico das formas.





- Pregnância: Este é o postulado da simplicidade natural da percepção, para melhor assimilação da imagem. É praticamente a lei mais importante.




- Fechamento: A boa forma encerra-se sobre si mesma, compondo uma figura que tem limites bem marcados.





 Tais leis e princípios da Gestalt são importantes para a Psicologia porque fundaram, a partir da percepção visual, uma nova relação entre o mundo percebido e a nossa subjetividade. As relações parte/todo e de figura/fundo estabelecidas pelas Leis da Boa Forma expressam uma heterogeneidade mínima, sem a qual não há cognição possível, e explicam a organização interna da figura, vista como uma parte articulada em um todo, que é diferente desta mesma parte isolada ou em outra totalidade. Aplicando-se este raciocínio em nossa relação subjetiva com o mundo, podemos compreender o ser humano como uma totalidade. A Gestalt vê o homem no físico, mental e psíquico. Estas são esferas indivisíveis e interrelacionadas. Corpo e psiquismo são inseparáveis. Afinal, o todo é sempre mais do que a soma de suas partes.


Bibliografia:

Ferreira, Arthur Arruda Leal (org.), A pluralidade do campo psicológico:principais abordagens e objetos de estudo. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010

História da Psicologia: rumos e percursos / org. Ana Maria Jacó Vilela, Arthur Arruda Leal Ferreira, Francisco Teixeira Portugal. Rio de Janeiro: Nau Ed. 2007

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Greve nas Universidades Federais


Pois é, mais uma vez a Universidade Federal Fluminense, e mais outras 44 instituições de ensino no país deflagaram greve por melhores condições de trabalho. A precarização do ensino público no Brasil chegou ao limite, e não é só na universidade. As promessas de campanha da nossa presidenta de fazer mais pela educação ficaram só nas promessas. A propaganda institucional do PROUNI é uma mentira deslavada. Pelo menos, não condiz em nada com a realidade do nosso Pólo de Rio das Ostras.

Transcrevo abaixo uma carta à População, veiculada nas mídias sociais pelo ANDES- Sindicato Nacional das Instituições de Ensino Superior:

À SOCIEDADE BRASILEIRA
Por que os(as) professores(as) das instituições federais estão em greve?
A defesa do ensino público, gratuito e de qualidade é parte essencial da história do Sindicato Nacional das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), assim como a exigência da população brasileira, que clama por serviços públicos, com qualidade, que atendam às suas necessidades de saúde, educação, segurança, transporte, entre outros direitos sociais básicos.

Os(as) professores(as) federais estão em greve em defesa da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade e de uma carreira digna, que reconheça o importante papel que os docentes têm na vida da população brasileira.

O governo vem usando seguidamente o discurso da crise financeira internacional como justificativa para cortes de verbas nas áreas sociais e para rejeitar todas as demandas feitas pelos servidores públicos federais por melhores condições de trabalho, remuneração e, consequentemente, qualidade no serviço público. A situação provocada pela priorização de investimentos do Estado no setor
empresarial e financeiro causa impacto no serviço público, afetando diretamente a população que dele se beneficia.

Os professores federais estão em greve em defesa da Universidade Pública,Gratuita e de Qualidade e de uma carreira digna, que reconheça o importante papel que os docentes federais tem na vida da população brasileira.

Pela reestruturação da carreira.

Há anos os(as) professores(as) vêm lutando pela reestruturação do Plano de Carreira da categoria, por acreditarem que essa reivindicação valoriza a atividade docente e, dessa forma, motiva a entrada e permanência dos profissionais nas instituições federais de ensino. No ano passado, o ANDES-SN assinou um acordo emergencial com o governo, que previa, como um dos principais pontos, a reestruturação da carreira até 31 de março de 2012. Já estamos na segunda quinzena de maio e nada aconteceu em relação a essa reestruturação. Para reestruturação da carreira atual, desatualizada e desvirtuada conceitualmente pelos sucessivos governos, o ANDES-SN propõe uma carreira com 13 níveis, variação remuneratória de 5% entre níveis, a partir do piso para regime de trabalho de 20 horas, correspondente ao salário mínimo do DIEESE (atualmente calculado em R$2.329,35) A valorização dos diferentes regimes de trabalho e da titulação devem ser parte integrante de salários e não dispersos em forma de gratificações.

Pela melhoria das condições de trabalho nas Instituições Federais:

O começo do ano de 2012 evidenciou a precariedade de várias instituições. Diversos cursos em Instituições Federais de Ensino – IFE tiveram seu início suspenso ou atrasado devido à precariedade das Instituições. O quadro é muito diferente do que o governo noticia. Existem instituições sem professores, sem laboratórios, sem salas de aula, sem refeitórios ou restaurantes universitários, até sem bebedouros e papel higiênico, afetando diretamente a qualidade do ensino.(essa é exatamente a nossa situação, na UFF - Pólo Universitário de Rio das Ostras!) Ninguém deveria ser submetido a trabalhar, a ensinar ou a aprender num ambiente assim. Sofrem professores, estudantes e técnicos administrativos das Instituições Federais de Ensino. E num olhar mais amplo, sofre todo o povo brasileiro, que utilizará dos serviços de profissionais formados em situações precárias e que, se ainda não têm, pode vir a ter seus filhos estudando nessas condições.

Por isso convidamos todos a se juntarem à nossa luta. Essa batalha não é só dos(as) professores(as), mas de todos aqueles que desejam um país digno e uma educação pública, gratuita e de qualidade.
 
Para saber mais sobre a greve e as negociações com o governo acesse : www.andes.org.br
A Educação pública, gratuita e de qualidade é um direito de todos.



Para os colegas, lembro que agora é hora de mobilizar nossas forças, pois greve não é férias e nem feita pra prejudicar os alunos, e sim para lutar por melhores condições de ensino para todos nós, então precisamos apoiar nossos professores! Estarmos ativos, participarmos das discussões e construir a universidade que queremos JUNTOS!!!

Kierkgaard Again

Introspecção e Isolamento (O Silêncio dos Amigos)

"O silêncio deles é nitidamente proveitoso para mim, porque me obriga a ficar a vista do meu eu: porque me estimula a aprender esse eu, que é meu; porque me obriga a manter-me fixo na infinita instabilidade da vida e a voltar para mim o espelho côncavo com que dantes procurava abarcar a vida fora de mim mesmo. Esse silêncio agrada-me porque me sinto capaz desse esforço e com coragem para segurar o espelho, mostre-me ele o que mostrar, o meu ideal ou a minha caricatura."

terça-feira, 22 de maio de 2012

Inspirada pela Gestalt

Salvador Dali, Gaia - As partes formando um todo

Continuo minha caminhada de descoberta pelo universo da Gestalt (a Psicologia da Forma) e da Gestalt Terapia criada por Fritz Pearls, coisas diferentes que se complementam lindamente. Fascinada pela obra de Pearls e pela visão de mundo proposta por esta corrente da Psicologia. Talvez tenha encontrado meu pedacinho de chão no "solo fragmentado da Psicologia", mas ainda é cedo pra dizer isso, muito estudo e leituras ainda me aguardam! Assim que estiver preparada, escrevo mais sobre a diferença dos dois campos que citei acima. Por hoje, fica a Oração da Gestalt, que achei no livro maravilhoso de Pearls, "Gestalt Theory Verbatim", (disponível para visualização e impressão no Google Books):


"Eu sou eu, você é você
Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas
Eu sou eu, você é você
Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas
E nem você o está para viver de acordo com as minhas
Eu sou eu, você é você
Se por acaso nos encontramos, é lindo.
Se não, não há o que fazer."
 
Fritz Pearls, 1969

Para ler mais sobre o significado da Oração da Gestalt e outras coisas interessantes sobre Gestalt Terapia, clique aqui.

                                            "Be as You Are", Fritz Pearls

domingo, 20 de maio de 2012

Resenha sobre o livro “A Arte de Restaurar Histórias”



No curso da disciplina Teorias e Tècnicas Psicoterápicas, ministrada pela Profa. Patrícia Lima, a querida Ticha,  nós tivemos uma introdução aos princípios de algumas técnicas utilizadas na prática clínica, e dentre estas, a Gestalterapia. Nos foi proposta a leitura do livro de Jean Juliano, “A Arte de Restaurar Histórias”, uma reflexão sobre a experência da autora em anos de prática psicoterápica utlizando as técnicas da Gestalterapia, com o intuito de tentar responder a pergunta: O que é ser terapeuta?

Já no título da obra podemos perceber que, segundo a autora, o papel do terapeuta é restaurar histórias individuais esfaceladas e/ou incompletas, desordenadas, utilizando técnicas que priorizam o diálogo e a interação cliente/terapeuta – o contato, um dos conceitos apresentados pela Gestalterapia – no espaço criado na terapia.
  
Interessante observar que a autora faz uma analogia do trabalho de psicoterapia com elementos da vida diária normalmente muito significativos, como cozinhar ou costurar uma colcha de retalhos, aproximando assim a atividade terapêutica da vida quotidiana, e não algo “estranho” ou excepcional da vida do sujeito, ou uma atividade que não deva ser discutida. Esta analogia faz muito sentido, pois somente através da própria experiência do fazer, do estar presente por inteiro em tais atividades é que se consegue “terminar” o trabalho e formar uma coisa nova, uma nova imagem, uma nova forma, com as “partes” iniciais, a princípio desconexas e sem sentido.
  
Entendemos que, de acordo com a autora, o ofício do psicoterapeuta é “resignificar”, dar novo sentido para a história pessoal dos indivíduos. Para Jean, a tarefa do terapeuta é olhar para os “retalhos de histórias” que são trazidos para o espeço da terapia e recompô-los, reorganizá-los, “ensaiar novas percepções e dar outras perspectivas” às questões levantadas pelo cliente.

Para a autora o psicoterapeuta é um “guardador de histórias” que são postas em sua guarda nos momentos em que o cliente não tem espaço “ou possibilidade de permanecer com elas em um determinado momento”, até que o cliente esteja pronto para levá-las consigo novamente e então transformá-las em algo diferente, novo e que faça sentido na sua vida.

Ao discutir o processo terapêutico, a autora afirma que “o processo de crescimento e expansão da consciência é, em parte, autônomo”,ou seja, só se concretiza a partir de um esforço do próprio indivíduo, e só por ele pode ser levado a cabo. Mas é muito importante saber que o espaço terapêutico existe e está ali para auxiliar-nos, guiar-nos rumo a esse crescimento, através da possibilidade de fala do cliente e da escuta atenta do terapeuta. Jean vem nos dizer que “cabe ao psicoterapeuta e ao cliente aprender a dar pasagem, a compreender e cooperar com esse processo.” Este ponto é muito importante para o entendimento do que é ser terapeuta, pois esta acolhida de olhos e ouvidos atentos ao mundo apresentado pelo cliente na terapia é o real “retornar as coisas mesmas” e estar inteiro no momento presente que nos fala a base fenomenológica da gestalterapia, o próprio conceito de contato e de “estar no mundo”. Ao adotar uma postura atenta, curiosa, aberta à  “novidade do mundo”, o terapeuta se coloca como um acompanhante ou guia de uma jornada pessoal do cliente,muitas vezes dolorosa e sofrida, a qual seria muito árida se atravessada sozinho.

Vemos então que, como bem coloca a autora, que o trabalho em Gestalt representa uma postura diante da vida, pois essa interação que acontece no espaço terapêutico não é exclusividade do mesmo, e nem poderia ser, pois o gestalterapeuta tende a levar sua maneira de entender o mundo, de se colocar em contato com “a pessoa do outro na sua singularidade, sem pré-concepção de qualquer ordem” A terapia pode então ser entendida como um processo contínuo onde homem e mundo se transformam.

 
A técnica do trabalho em Gestalterapia: 

A autora apresenta alguns pressupostos básicos para a eficiência do trabalho com a Gestalterapia, uma linha de terapia clínica de cunho fenomenológico-existencialista, que utiliza conceitos da Gestalt, como a Lei da Boa Forma, para entender a percepção.  Segundo essa lei, a nossa percepção tenta organizar “as figuras”, ou partes de uma figura da melhor forma possível. A Gestalterapia “toma emprestado” esse conceito e vai dizer que não somente nossa percepção acontece assim, mas também as experiências da nossa consciência e nossos fatos psíquicos, ou seja, tentamos organizar a nossa experiência de “estar no mundo”  da melhor forma possível.
 
Portanto, a Gestaterapia enfatiza a percepção sensorial e o fluxo e direção da energia corporal, onde o terapeuta procura focar sua atenção para o momento da troca com o cliente, analisando sua postura, seu ritmo respiratório, a situação psicológica do momento vivido, assim como também suas vivências anteriores. Deve ter sua atenção centrada no conteúdo relatado, mas também em como o cliente se narra (foco duplo), pois “o foco do trabalho reside na estrutura da experiência, no como da interação em processo”.

É importante também observar que o objetivo do trabalho em Gestalt é restaurar a qualidade do contato do indivíduo com o mundo, daí a importância da criação de um contexto adequado para a terapia. O terapeuta deve criar condições para que o cliente experimente novas maneiras de perceber o mundo, e que possa ensaiar novas formas de diálogo. Isso pode ser alcançado através da utilização de alguns “experimentos”, que são atividades propostas na terapia com objetivo de aumentar a “awareness” do cliente perante as situações trazidas ao foco do processo terapêutico.

Para que tais “experimentos” e resignificação das experiências sejam possíveis, é fundamental o suporte pessoal do terapeuta, que deverá estar aberto ao trabalho da terapia tanto quanto o cliente, e colocando sua energia disponível para este processo. Isso implica em uma presença de qualidade da parte do terapeuta, uma “atitude descontraída e atenta”, para que possibilite a “observação do fenômeno tal e qual ele se apresenta, e é, mais do que aquilo que foi ou que poderia ser.”

A autora nos diz que “a escuta interessada do terapeuta é curativa por si só”, e com isso podemos sintetizar a importância do trabalho do gestalterapeuta, que se apresenta como ouvinte interessado e atento, um facilitador para as que as transformações em curso no trabalho psicoterápico se dêm da forma mais significativa e eficiente possível. Pensamos que ser terapeuta, como nos diz Jean, é ser um mestre na arte de restaurar/resignificar histórias, sempre lembrando que ao estarmos ali, em contato com uma pessoa humana, somos só outra pessoa humana, e a qualidade desse contato é a matéria mesma de que a vida é feita.


Sites interessantes sobre Gestalt e Gestalterapia:

Link para o livro de Franz Perls, "Gestalt-terapia Explicada", no Google Books
Instituto de Gestalterapia, Rio de Janeiro, RJ
Psicologia e Saúde, O que é Gestalterapia
Gestalt em Movimento, Maringá, PR



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Jung

Cada dia gosto mais desse dissidente do Dr. Sigmund!


Neruda sempre!

"Algún día en cualquier parte, en cualquier lugar indefectiblemente te encontrarás a ti mismo, y ésa, sólo ésa, puede ser la más feliz o la más amarga de tus horas."

 

Não sei se já declarei aqui o meu amor incondicional pelo Neruda, acho que não, pois não é bem esse o foco do blog, falar das minhas preferências estéticas. Mas então, pode ser! Já que ultimamente tenho buscado tanto a poesia pra me expressar, pra me consolar, pra me inspirar, resolvi dividir com vocês um pouco disso...

Amo muito poesia, e vários poetas fazem parte da minha vida, já citei aqui o Fernando Pessoa, acho que um dos top 5 da minha lista. Mas ultimamente o Neruda tem estado na minha cabeceira, "Cem Sonetos de Amor" e "Canto General", no original em espanhol. E é uma delícia abrir uma página aleatoriamente e descobrir uma pérola que alegra o meu dia ou simplesmente me faz pensar. Alimento para a alma.

Pra quem gosta de Neruda, tem um milhão de sites e blogs dedicados à ele na internet. Eu tenho acompanhado pelo Facebook essa página aqui, que gosto muito e me dá doses homeopáticas diárias de excelente poesia... Em outra oportunidade, falo mais de como esse amor pelo grande poeta chileno começou... Por ora, só a poesia mesmo, e basta!


"quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outouno
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos.
Não quero dormir sem teus olhos...
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando." 






"Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas."







Sites interessantes sobre Pablo Neruda:


 

domingo, 13 de maio de 2012

Dia das Mães



Mesmo sabendo que o Dia das Mães foi uma data criada para "aquecer" um período de vendas baixas, golpe de marketing e blá blá blá, sempre me deixo levar pelo sentimentalismo da data, ainda mais depois de ter me tornado mãe também... 

Não dá pra passar em branco, e confesso que adoro todas as homenagens, comemorações na escola, mimos e etc. É sempre bom ser paparicada e amada, ainda mais por uma coisa que me orgulho muito de viver a cada dia, ser e estar mãe...aprendendo com eles e ensinando continuamente, fazendo da vida uma rollercoaster ride de acontecimentos e emoções, tendo a sorte de vê-los crescer e desabrochar para a vida!


E é sempre emocionante estar com a minha mama, ser filha, homenageá-la e poder agradecer por ela ter me ensinado e me inspirado a ser mãe, seja seguindo os seus exemplos ou aprendendo com seus erros... E esta mistura de ser filha, mãe, cuidadora, amiga e seguidora é o que faz a alma feminina tão especial!
Obrigada, mãe, e que possamos estar juntas por muitos outros dias das mães e filhas!

Minha linda Mamita, 13 de Maio de 2012, em Porto Alegre